30 de junho de 2023

Padronização de processos, educação permanente e monitoramento de indicadores garantem segurança dos transplantes.

Estudo realizado em Santa Catarina mostrou que é possível aumentar a agilidade das etapas, reduzir as mortes e elevar o número de doações

Transplantes no Brasil
O sistema público brasileiro de transplantes é considerado um dos maiores do mundo (1), sendo que o SUS (Sistema Único de Saúde) é responsável pelo financiamento de 90% dos mais de 22 mil procedimentos realizados anualmente no país. Somente em 2021, foram feitos cerca de 5 mil transplantes de rim, 2 mil de fígado, 334 de coração e 84 de pulmão.

Dentro da cultura de segurança, é preciso investir em estratégias para preservar tanto o doador quanto o receptor durante todo o processo, desde a extração do órgão até a recuperação dos envolvidos.

Transplante Seguro
Para um transplante seguro, todas as etapas devem ser bem conduzidas, o que envolve desde o diagnóstico da morte encefálica, a comunicação com os familiares do potencial doador, o explante, o acondicionamento e o transporte dos órgãos e tecidos até a cirurgia em si. Em todas essas fases, o enfermeiro é considerado o profissional habilitado a participar por ter fácil interação tanto com a equipe multiprofissional quanto com os membros das famílias.

Otimização do ciclo do transplante
Pensando nisso, um estudo brasileiro (2) realizado em Santa Catarina buscou compreender quais estratégias poderiam otimizar o ciclo do transplante para melhorar os números, a qualidade e a segurança. A indicação está em embasar a segurança no tripé: educação permanente, padronização e monitoramento dos indicadores do processo, sendo que a padronização como fator promotor da segurança tem sido recomendada internacionalmente para que as equipes sejam mais eficientes e responsáveis pelas etapas do trabalho.

No sistema catarinense de transplantes, por exemplo, a implementação de instrumentos gerenciais para padronização das etapas levou a um processo mais ágil, redução das perdas por parada cardíaca, aumento das doações e diminuição do tempo entre o primeiro exame clínico e o explante.

Como exemplo de padronização de procedimentos, podemos observar as etapas para o diagnóstico da morte encefálica:

1- Detecção precoce por duas avaliações neurológicas intervaladas de acordo com cada faixa etária (a cada 48 horas para bebês de até dois meses; a cada 24 horas para crianças de até um ano; a cada 12 horas para crianças com até dois anos; a cada seis horas para pacientes com mais de dois anos) e um exame gráfico complementar;
2- Identificação da causa do coma para exclusão de hipotermia e uso de drogas depressoras do sistema nervoso central;
3- Realização dos exames clínicos por médicos diferentes, sendo um obrigatoriamente neurologista;
4- Demonstração, pelos exames complementares, de ausência de atividade elétrica ou metabólica cerebral ou de perfusão sanguínea;
5- Registro dos dados clínicos e dos exames complementares no Termo de Declaração de Morte Encefálica assinado pelos médicos responsáveis pela avaliação
6- Para finalizar, é importante destacar que a segurança do paciente deve ser priorizada ao longo do processo e que o tripé acima citado, envolvendo educação, padronização e monitoramento, deve ser aplicado em todas as etapas.

Referências
(1) Ministério da Saúde garante 90% dos transplantes de órgãos pelo SUS

(2) Segurança do paciente no processo de doação e transplante de órgãos

https://ibsp.net.br/seguranca-do-paciente/educacao-permante-e-monitoramento-de-indicadores-garantem-seguranca-dos-transplantes/

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